Palanque solito na frente das casas
O olhar cria asas batendo carona
E a brisa que sopra me levando a esmo
Campeia a mim mesmo, pra o tempo das domas
O espelho dos olhos transcende meu tempo
Que expõe por extenso em cada mirada
A alma "domêra" que sai mundo a fora
Atando as esporas pedindo bolada
Me resta entre os dedos um naco de fumo
Pois antes fui rumo, domando no mundo
Mas hoje me vejo com ganas de andar
Sem sair do lugar, prendendo um "saludo"
Assim levo a vida, tranqueando saudades
Sentindo as verdades nas dores do corpo
Que prendem meus sonhos de cabelos brancos
No trono de um banco, sem garras, nem potros
Meus olhos se perdem além da cancela
O silêncio revela por que estou assim
Deixei bem domados de herança "pra os outros"
E os golpes de potros sobraram pra mim