Céu azul, lua branca no horizonte
Entre os montes começo a cantar
Cai sereno, as estrelas vão brilhando
Vejo as nuvens circulando lá no ar
E na grota, cachoeira e alta noite
Como é linda a beleza universal
Rompe a aurora, a beleza não se finda
E vem ainda lindo dia ao sol brilhar
Na mata verde brilham folhas orvalhadas
Pra passarada na macega se banhar
Vejo distante a cerração sobre a montanha
O vento assanha esfriando a madrugada
O sol vermelho parecendo coisa estranha
Vem aquecendo a natureza consagrada
Este sertão com o céu cheio de estrelas
Que este caboclo dia e noite a admirava
Hoje distante da minha terra querida
Sinto que a vida sepulta meu coração
Somente em sonhos é que vejo aqueles dias
As alegrias que passei lá no sertão
Só resta agora a saudade no meu peito
Que não tem jeito ela sorrir do meu sofrer
Mas se eu puder rever de novo a querência
Com toda a crença termina meu padecer