Mouraria garrida,
muito presumida,
Muito requebrada,
Com seu todo galdério,
Seu ar de mistério,
De moira encantada!
É como um livro de novela,
Onde o amor é lume
E o ciúme impera!
Ao abrir duma janela
Aparece o vulto
Daquela Severa!
A marcha da Mouraria
Tem o seu quê de bairrista!
Certos laivos de alegria,
É a mais boémia,
É a mais fadista!
Anda toda encantada,
De saia engomada,
Blusinha de chita!
É franzina, pequena,
Gaiata e morena,
Cigana e bonita!
Tem a guitarra pra gemer
Um amor sublime
Que nunca atraiçoa!
Esse bairro deve ser
O lindo ou mais castiço
Da velha Lisboa!