Eu vou fazer um forró como antigamente
Daquele forró que a gente se enfiava no salão
Ficava a noite inteira arrastando o pé no chão
No claro da lamparina, na luz do lampião
E a noite inteira só se via o poeirão.
A gente fazia forró bom, com melodia
Não cantava putaria, que não tinha precisão
Os compositores tinham mais inspiração
Porque a concorrência não marcava em cima, não
Era só na pisada do forró e do baião.
Eu quero me lembrar da fulô da laranjeira,
Do canto da lavadeira, do capucho de algodão,
Da rama da melancia, das desbulhas de feijão,
De barra-bandeira, de anel de garrafão
E do minlho assado na foguira de São João.