Até que veja Manuela (Anna Tréa 10/10/11)
Gota que cai na janela
Se posta e olha prá ela
Pronta
Pra ser o que ela pincela
Quem sabe escorrer n’uma tela,
Fundir-se às cores,
Unir-se às tramas
Que comportam sonhos ainda em branco.
Gota se faz sentinela
Rezando prá que olhe prá ela,
Disposta, até o Sol chamar
Pr’outro ciclo, outra nuvem,
Prá chuva que banha os olhos e inspira o dom de Manuela.
Na ânsia de cor no corpo quase escorrega,
Se remodela prá ser a mais bela
E enfim merecer ser gota de aquarela,
Fundos, paisagens, delírios, presságios,
Desejos de um tempo, quiçá perpetuar.