Senhorita Bicalho
Coração vazio, sonhos deixados de lado.
Ilusões perdidas entre flash’s na escuridão
Mostra angustia e sofrimento
Ao pensar em um possível reencontro
As mãos tremulas, já não tão vermelhas
O gosto do sangue
Ainda tão quente quanto
a paixão que a deixastes
fazia frio na estaçao
o vento cortava a incerteza
o trem repleto de rostos
nenhum conhecido
a cada olhar, senhorita bicalho
sentia cada vez mais
o frio em suas pernas
um homem de meia idade lhe direciona a voz
uniforme cheio de condecoraçoes
rosto firme, expressao seria
de uma maleta preta retira um envelope e uma bandeira verde e amarela
uma carta chegou no lugar de seu amor
estaçao fria, vazia, apenas o desespero
de ter de voltar sozinha pra casa
senhorita bicalho
uma chicara de café
agulhas de trico
e fotos nas paredes
naquela carta guardada
no fundo da gaveta
uma nota assustadora
trazia uma medalha
e um pedido de desculpas
incontestavel...
as farpas ainda doem
as cicatrizes ainda doem
o sofrimento continuo
o olhos ja nao tem mais o mesmo brilho
as lembranças ja nao sao mais coloridas
a solidao vem em preto e branco
como uma sombra que sempre a acompanha
para o resto de sua vida
nao há em quem agarrar
olhos amargos
olhos amargos
senhorita bicalho
uma chicara de café
agulhas de trico
e fotos nas paredes
a cor palida
no espelho embaçado pelas
lagrimas do sofrimento
as rosas murchas
a lapide
as lagrimas
traços de lembranças dolorosas
senhorita bicalho
uma chicara de café
agulhas de trico
e fotos nas paredes
ainda se recorda
ao passar os dedos
naquele retrato empoeirado
deixado sobre a penteadeira
prefere nao acreditar
senta na varanda
na cadeira de balanço
fica esperando seu amor voltar
fica esperando seu amor voltar
senhorita bicalho
uma chicara de café
agulhas de trico
e fotos nas paredes