De rios e sonhos – chamamé
(L. e M.:Guilherme Collares)
Ausências rebrotam nos rios que nascem em mim,
boiando na força estradeira – caudal a andejar...
Os rios conduzem penares de nunca volver,
sentindo, por terras estranhas, meu triste sonhar.
Um sonho norteia meus rumos – um dia volver –
tornando, de pronto, a meus rumos e sonhos de aqui...
... que um dia deixei pra viver, nas léguas sofridas,
o pouco do muito que tive... que tive e perdi...
As águas levam meus sonhos - ausências largas...
...deixando um pouco de mim na corrente...
...crescente, barranca, espuma, camalotal,
ponteiro e tropa cruzando vau,
velhos recuerdos de ausente...
Rever meu rio... novamente quero escutar
o som das águas... sentir o sol
queimar meus pés na areia quente.
Revendo meu rio novamente - voltar a sonhar...
...em brancas espumas dançando revolto o meu ser...
...tentando entender a razão que me fez ir embora,
buscando no rio – meu agora – razão pra viver...