Dia de Peão – chamamé
(L. e M.: Cassiano Mendes)
Tomando um mate na frente do rancho
E uma sabiá redobra seu canto preciso,
Um biguá assustado cruza então de largo,
Do potro que adelgaça lá no paraíso.
Escuto o latido da preta ovelheira
Pra tropa que se estende no corredor dos ‘Guerra’,
E a peonada velha empurrando o touro pampa,
Que vem afiando guampa e levantando terra.
O Rio Grande é lindo, cheiro de campo e gado,
E as voltas do gateado que alegra o rincão.
O meu mundo é esse na sina campeira,
E começa na mangueira mais um dia de peão.
Parando rodeio, revisando o gado,
O velho Beto pra leva a boiada.
E um grito de ‘volta’ pra cuscada esperta,
É o que basta pra empurrar a tropa.
Aparta os boi magro nas volta das ‘casa’
E boto na mangueira a boiada “de trança”.
Dou um jeito e vendo pra outro meu gado,
Pra que renda “uns pila” em cima da balança.
O Rio Grande é lindo, cheiro de campo e gado...