Quando a manhã desperta
A janela entreaberta
Deixa-me ver a cidade;
E p'ra não sofrer á toa
Não dou um nome a Lisboa
E só lhe chamo saudade
Há tanta gente a passar
Que ás vezes chego a escutar
O pregão duma varina
Sei que a vida continua
Mas vejo passar na rua
Os meus tempos de menina
Olho outra vez a cidade
Mas quando o vento me invade
E a solidão me agarra
Fecho de vez a janela
Peço á saudade, cautela
E abraço uma guitarra