Parece que eu já nasci com relho e tento na mão
Tirador meia-canela e espora riscando o chão
Já vim montado num basto,
também de chapéu tapeado
E me esperavam aqui no mundo
com um potro de queixo atado
Trouxe bocal e maneia,
uns maneador e buçal
arreio e corda forte
que é pra lidar com os bagual
espora de sete dentes pra ginetear
o destino que Deus reserva pra os homem
e ver se escrevo meu nome nas paleta de um malino
[Declamação]
E quando eu sair pra o mundo,
eu não quero ser doutor
quero chegar numa estância
e me justá de domador
onde tenha potro xucro só de raça caborteira
que num coice apague o rastro
que saia arrancando o pasto
e toque de lado as basteiras
Eu quero tudo veiaco, coiceiro e manoteador
que tenha cosca na boca, empachado e boleador
que sejam tudo bocudo,
que eu canse os braços golpeando
Que custe a ficar sujeito,
que encoste o queixo no peito,
que caia e fique roncando
Eu só não escolho o pêlo
pois nenhum se bota fora
que andem só de lombo duro
se assustando das esporas
volto pra enfrená a potrada
quando o inverno vier chegando
porque chuva não me estorva
e voltem na segunda sova,
tudo potro e veiaqueando
E o pau vai pegar…