Regional é uma criolla. Arte, cultura campeira
Um rangido de basteira, um redomão de bocal
Um universo rural num sentimento profundo
Que antes de sermos do mundo, temos que ser regional
Meu canto crioulo é qual pasto nativo
Que brota com força e se estende na pampa
Juntou rebeldias pelas recolutas
Da raça mais bruta herdou essa estampa
É grito tropeiro, é mugido de tropa
E assim se alvorota pedindo bolada
Cincerro de bronze chamando a tropilha
Clarim farroupilha anunciando alvorada
Curtido a minuano e a pó de mangueira
A berro de touro e relincho de potro
Moldei este canto pra hino campeiro
Por ser verdadeiro é sinuelo pra os outros
Se quedou então Regional
Pela tradição que traduz o seu jeito
Tendo sentimento de pátria no sangue
E amor ao Rio Grande batendo no peito
Regional por devoção, regional de nascimento
Regional no pensamento, na conduta e na emoção
Lá num oco do rincão trancando o pé na macega
Que um regional não se entrega tendo ou não tendo razão
Mistura de verso e resmungo de gaita
Conceito de povo templado na guerra
Que fez seu destino arrastando choronas
Gravando o idioma no lombo da terra
Carrega nas cinzas de cada memória
A alma e a história de um pago ancestral
Forjadas num lenço, parte de bandeira
Brasão de fronteira, padrão regional