Tomei um trago de canha
E virei o cano da bota
Dei uns grito' no potreiro
E volteei os boca' de grota
Arrastei as minhas pobrezas'
Bem pra o meio da mangueira
E a matungada na volta
Fazia uma polvadeira
Embuçalei o mais quebra
Que, já no primeiro arranque
Fez que se assustou da cola
E se abraçou com o palanque
Prendi-lhe o xergão na cara
E aticei a cachorrada
Levantou uma ventania
E as bruxa' davam risada
Quando eu amanheço louco
Inté' o diabo se apavora
Encilho até lobisomem
E risco o malo de espora
Pois bicho que faça rastro
Comigo, conhece as normas
Apanha se esconde o toso
E atende ao grito de forma
Quando eu amanheço louco
Inté' o diabo se apavora
Encilho até lobisomem
E risco o malo de espora
Pois bicho que faça rastro
Comigo, conhece as normas
Apanha se esconde o toso
E atende ao grito de forma
Me acomodei nos arreio'
E tenteei d'um estribo ao outro
Quebrei meu chapéu na testa
E gritei que largasse o potro
Saltou cuspindo nos pulso'
Quando lhe abracei c'os ferro'
E o Mouro Pampa enganchado
Chamou meu nome num berro
Quase que trocou de ponta
Tá aí o João Pedro, que diga
E, quando se levantava
Chegava a mostra a barriga
E eu, guasqueando cruzado
Achava lindo o retoço
E sarandeava as rodaja'
Sobre a tábua do pescoço
Sentado nos meus recaus
Me paro cheio de manha
Pois, quando eu largo a cabeça
Só minha sombra me acompanha
Sou fronteiro e não refugo
O maula por desgraçado
A china me alcança as garra'
E o sol me faz um costado
Sentado nos meus recaus
Me paro cheio de manha
Pois, quando eu largo a cabeça
Só minha sombra me acompanha
Sou fronteiro e não refugo
O maula por desgraçado
A china me alcança as garra'
E o sol me faz um costado
A china me alcança as garras
E o sol me faz um costado