Bem na boca da cancela de uma mangueira pra outra
É onde a vida se "apotra" e o mundo se destramela
Quando um xucro se afivela de mão no seio do laço
Pedindo cancha e espaço faz um osco dobrar os punho
Junto a flor do redemunho onde retumba o guascasco
De sobre lombo e cucharra
Cai um na cama do outro
Quando o pealador maroto
Nos quatro tento se agarra
Cada pealo é mesma farra
Com requintes de obra-prima
O que dá na rima é rima
Pois sobra até pra refugo
Que reboleia o sabugo
E fica
E fica de pata pra cima
A estampa de abagualado
Que o índio guapo carrega
É o buraco nas macegas
Quando tá de laço armado
E no tirador surrado
Por golpes no tempo brabo
Ai resquícios do pealo
E Iço de ir se não muda
Por embora Deus acuda
O laço ha!
O laço é arma do diabo
Quando agosto faz fiador
Na boca da primavera
Fica o setembro na espera
Já pelechando de flor
Na imagem do pealador
Que me alucina e me atrai
E agarro e vejo meu pai
Numa tosa de manada
Ou esparramo a bocada
E prende-lhe
E prende-lhe o grito ao que cai
Por isso firmo o garrão
Contando as braças da armada
Nessa guitarra templada
De ilhapa prima e bordão
Ajorjada de tirão
Num pampeano desaforo
Pra que escute o estouro
Do pealador da fronteira
Que estende na polvadeira
A última
A última cama do touro