Quebro o chapéu pra poder bombear estrelas,
Sendo que ao vê-las me parece te enxergar
Forjam teu lume cintilante estas gavionas
Trazendo à tona a ilusão de um andejar.
Meu doradilho que carrega uma na testa
Troteia inquieto pela noite enluarada
Pois presente que a estrela dos meus sonhos
Se fez cadente no horizonte de outra estrada
A serenata de um grilito pacholento
Neste momento um assobio silente implora
Largo uma copla mais antiga que a saudade
No embalo doce das estrelas das esporas...
No infinito qual cristais brilham faceiras,
Chinas matreiras aporreadas pra um gaudério
São tantas léguas que separam nossas vidas
Talvez perdidas na penumbra dos mistérios
Triste, percebo que a distância mais sentida
É de uma estrela que se foi n’outro domingo
Então me resta o talareio das chilenas
E uma pequena sobre a testa do meu pingo.