E
Oiga-tê saudade braba
que nem mutuca picaça
F#m
diz o andarengo que passa
olhando longe a querência
A B7
com os olhos cheios de ausência
E
no corredor vai passando
B7
é como um pássaro perdido
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando
Segue ali cantando os versos
que lembram a velha canção
F#m
a pátria do coração
é o lar, é o rancho da gente
A B7
morada do amor presente
E
que o tempo vai enraizando
B7
mas este é um verso esquecido
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando
B7
E ali se vai ao tranquito
E
seguindo o rumo dos ventos
B7
Mascando os seus pensamentos
E
judiados com a ventania
A
e esta amarga nostalgia
Abm F#m
aos poucos, lhe vai matando
B7
seu verso é um negro fugido
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando
Assim se vai o andarengo
nas curvas da encruzilhada
F#m
sofrendo a dor da aguilhada
de um sentimento aragano
A B7
e este gelado minuano
E
seu poncho vai perfurando
B7
é assim um piá intanguido
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando
Às vezes quando é alta a noite
foge o seu sono matreiro
F#m
e ao versejar costumeiro
faz versos de redondilha
A B7
sua alma assim de vigília
E
se vai rezando e rimando
B7
seu terço é um canto perdido
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando
B7
Recostado assim na noite
E
vai terceando a hora que passa
B7
ouvindo a música lindaça
E
do vento lá nas macegas
E7 A
e a solidão lhe carrega
Abm F#m
noite a fora, noite andando
B7
é um poeta andarangueando
que chora meio em gemido
E
e que geme meio chorando