"Trago esse xote
Que é pra entregar de regalo
Pra quem gosta de cavalo
De ginetiada e bailão"
"E vamos se balançando
num xote veio crioulo
é dois pra lá, dois pra cá
e uma voltinha moçada"
Xote crinhudo...
Da pampa velha grongueira
Costeando na botoneira
Num surumgo de galpão
De um jeito antigo
Aquerenciado na fronteira
Curtindo nas bebedeiras
Oitavadas no balcão
Xote sem sono...
Cusquilhoso e retovado
Que por ser abagualhado
O nego ajeita com calma
E noite adentro
Floreia e tapa de grito
Porque além de ser bonito
Te juro faz bem pra alma
Trago esse xote
Que é pra entregar de regalo
Pra quem gosta de cavalo
De ginetiada e bailão
E pra os que gostam
De um romance proibido
Desses de beijar escondido
Na penumbra do salão
Xote terrunho...
Moldado no rebuliço
Mas que tem o compromisso
De manter a tradição
De vez enquando
Se arrasta batendo garra
Depois se amansa e esbarra
Erguendo terra do chão
Xote dos "nosso"
Da gente buena e campeira
Criada pelas pradeiras
Que se garante no embalo
Se derem cancha
Arrocina a evolução
Pois hay que tranca o garrão
Depois se bota o pealo