Tem estrelas nas retinas, e o pêlo da cor da aurora
Nas crinas fachos de luz, não precisa mango, espora
Com a paz das aves do campo, tranqueando sobre o milhal
Reflete a cara no açude, por sobre o sol da manhã
Traz a prece num bufido, bate a pata, escarva o chão
Como quem busca uma veia, na aguada do coração
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Ao presentear um cavalo, a alma inteira se embala
São carinhos num regalo, que abanam lenços e palas
Me falará mais o frio, que a boeira iluminada
Ao ver o cocho vazio, e a cocheira abandonada
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Se a Ritita me contou, teus cuidados pra salvá-lo
Retumba um eco de pampa, das patas deste cavalo
No silêncio do potreiro, tem olhar entristecido
Qual sorçal nas taquareiras, campeando um canto no olvido
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dou-lhe um banho, passo as garras, alço a perna num garreado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado