Tá chegando as esquila
Já sinto o cheiro de cera
E as comparsas da fronteira
Já andam reculutando
A indiada flor de tesoura
Que grude de toda folha
E o couro fique alumiando
Já desaguachei a moura
Afiei bem as tesouras
Tô pronto pra o que vier
Ferro com as folha benzida
E os braços pra ganhá a vida
Nos cabo deste talher
Vou me enturmar na comparsa
Que vai lá pra paz das garças
Tosar miles de capão
Corriedale sem escolha
De metê de toda a folha
Acolherando as duas mãos
Sendo pra lotá a ficheira
Me tapo de lã e cera
Pouco me importa o calor
Se resolvo soltá o braço
Quase mato no cansaço
Quem se mete a agarrador
É dois pulsos no martelo
Tchaque-tchaque e atiro o vélo
Por cima do atador
Ferro e folha e não tem nada
Vai embora a guacha pelada
Berrando pra o tosador
Grudo a marca santaninha
Solto lisa e rosadinha
Porque o braço não se mixa
E não'alguma escapada
Boto cortiça queimada
Garanto que não abicha
Se me topo com as mirina
Apelo pra cangibrina
Arrolhadita atrás da porta
E no couro murcilhado
Sigo de ferro embuchado
Nas ruga campeando as volta
A pobreza é igual capacho
E só briqueando por baixo
Que um pobre cristão se safa
Quando largo da tesoura
Nas patas da minha moura
Prossigo espichando a safra