(Chamarrita)
Quando eu lhe agito em bornal
Cheio de milho quebrado
De longe vem pra o buçal
Com olhar de potro mimado
Espero então que ele coma
Sem pressa até o último grão
Pois lhe ensinei desde a doma
Que não se injeita nunca a ração
Enquanto o Sol se levanta
Vou rasqueteando seu pelo
Pra depois com estilo pampa
Encilhar meu zaino estrelo
Com a cincha eu lhe aperto ao meio
Até murchar suas orelhas
Pra não afrouxar os arreios
Quando eu voltar com as estrelas
Pois quando eu tardo seu trote
E a Lua branqueia a mata
Se alumbra o meu cerigote
Com as cabeçada de prata
Se o vento arrasta o chinelos
Me cuidam seus olhos negros
Quando a mão, feita um cutelo
Bate o cinchão dos pelegos
Só depois que eu ronco a bomba
Eu saio coxilha afora
Cantando pra minha sombra
Com os papagaios da espora
Meu tranqueador zaino estrelo
Vendo a caça não se agita
Pra que eu traga nos pesuelos
Um lindo tatu mulita
E até parece uma criança
Com sua ingênua atitude
Entrando na aguada mansa
E batendo a pata no açude
Depois que ali mata a sede
Voltando de algum rodeio
Traz sempre um pastinho verde
Forrando o bocal do freio