MÚSICA: A. RICOI- H. MARQUES- JÚLIO PORTO
LETRA: A. RICOI- H. MARQUES
Homens acizentados, invadiram minha casa como samurais
Pela porta frontal e paredes laterais
Eu avisto minha janela
Pois ela é o portal para a liberdade
Como uma sombra viva fujo com facilidade
Criaturas noturnas olham-me estranhamente
Com um sorriso louco, demente
Sonho pesadelo ou ilusão, não sei
Só sei que nesta situação, fuga é a solução
Mas não posso me render
Sou um caçador de manos perdidos da metrópole
Um santo longe do altar da acrópole
A borracha o papel e a caneta
Será que estão atraz de mim por causa da
Minha bombeta ou serão minhas rimas minhas letras
Na cabeça lembranças
Da minha casa dada de herança
Nela moravam eu e meu cão sós
Onde antes moravam, minha mãe meus irmãos meus avôs
Mas desço o morro ladeira abaixo
Minhas pernas estão cansadas
Preciso chegar lá embaixo,
Não sei se serei capaz
Tento olhar só para frente
Mas de cinco em cinco segundos
Não me seguro, olho para traz
É lua cheia, o sangue corre mais forte nas veias
Algo está errado algo está mau
Do que adianta agora ser eu o negro X e tal.....
Minha paz foi quebrada minha casa tomada
Passo pela baia dos meus manos
Não entro é madrugada
Enxergo vultos, escuto passos
Por todos os lados, não sei o que faço
Bateu o cansaço, não posso morrer
Código morçe B.A.Z..E
Começamos a fuga em dupla
Afinal somos irmãos resolvemos assumir a culpa
A luta, era impossível
São muitos tantos que tomam o morro, socorro não adianta
Negócio é fugir, ficar vivos, sempre em movimento
Afinal somos dois dos cinco elementos
Não, não posso estar morto a família é extensa a situação é tensa,
Vejo luzes por todos os lados, está minado o campo
A solução está na frente, entramos no tampo
E o pior é que o mês, era de agosto
Quando a chuva é intensa e está cheio o esgoto
Lodo, até o pescoço, por todos os lados
Rato, barata, aqui também é mato, sem água com frio,
O lodaçal cada vez está mais acima
Passamos algum tempo transformando tudo isso em rima
Mas sobre a cabeça, o barulho não passa
Mais um carro é parado na marra
Lanterna na cara, o som é alto Da Guedes não para
Atracam pessoas que não tem culpa
A pergunta é a mesma e a resposta desculpa
Não sei não vi, não conheço nenhum desses tal de mc
Caminha aqui não é fácil, o caminho se estreita míope após um palmo
X pega a direita a esquerda é meu lado
Espiões estão a espreita II cadê meu aliado
Mais isso perdido eu não sei se tem outro tampo por aqui
A luz que eu vejo está bem longe,
Será na praça na tuca ou aonde
As horas passam como anos a outra vem depois
A saudade é forte do feijão do arroz da minha casa na Rócio........
Um barulho se aproxima a minha arma não deve funcionar
Um toco vem na mão ele quem vai me ajudar
Mas resolvo perguntar, quem?
Não responde e se aproxima seguro firme o pedaço de pau
X X Negro x e tal,
Por aí não à saída tudo fechado área restrita
Os caras tão sabendo que é nós dois na lida
Abrimos o tampo e algo estranho acontece
Ao colocar os olhos para fora a vista escurece algemas aparecem
Tirados a socos e pontapés
Colocados de costa na parede do seu Zé
Sobre pressão o interrogatório começa
30 homens e só nós estão com muita pressa
Sinto uma pistola na nuca e outra na testa
Infelizmente para nós Mc’s é o que resta
Mas não preferimos o azul do céu na boca sinto o féu
Mas nunca vão saber da caneta e do papel.................