E eu sei que vão dizer
Ainda é cedo
É sempre cedo demais
Mas eles sempre correm contrariando os medos
É sempre cedo pra dizer adeus mas
Algo sempre se vai
Era só uma menina que pensava ser bem mais
Seu peito de vidro nunca previa as quedas
E la se foi
Se jogar mais uma vez com suas asas de faz de conta
Tão despreparadas
Bem no meio do caminho
Como num refrão, gritando nomes sujos
No porão da sua memória falida e confusa
Apenas 10 gramas de pó
Ele guardava naftalina nos bolsos
E a felicidade numa gaveta, do lado direito da cama
Apertava entre os dedos contorcidos
Torcendo por um sonho bom
Mas sempre soltava quando o estúpido Sol
Saltava sobre a sua janela
Ele testava calor naquela pele fraca
Ela não foi feita pra amanhecer
Então ela subiu o mais alto daquela fumaça tóxica
Da sua fabrica de nuvens particular
E pulou
Pairando como uma pipa leve e boba
Perdida entre nuvens e os cortes finos de cerol
E eu sei que vão dizer
Mas eles sempre correm contrariando os medos
É sempre cedo pra dizer adeus mas