Maria, florão de negra
Pacácio, negro na flor
Se negaciaram por meses
Para uma noite de amor
Na tafona abandonada
Que apodreceu arrodeando
Pacácio serviu a cama
E esperou chimarreando
Do pelêgo fez colchão
Do lombilho, o travesseiro
Da badana fez lençol
Fez estufa, do braseiro
A tarde morreu com chuva
Mais garoa, que aguaceiro
Maria surgiu na sombra
Cheia de um medo faceiro
A negra, de amor queimava
Tal qual, o negro na espera
E incendiaram de amor
A tafona, antes tapera
A noite cuspiu um raio
Que correu pelo aramado
Queimando trama e palanque
Na hora desse mandado
E o braço forte do negro
Entre rude e delicado
Protegeu negra maria
Do susto desse mandado
Maria, florão de negra
A negra de amor queimava
Tal qual, o negro na espera
E incendiaram de amor
A tafona antes tapera