Já não se vê
Os calendários nas borracharias
Nos botequins, os pratos do dia
Ovos coloridos nos balcões
Já não se vê
Cadeiras nas portas das casas
Vó na janela vendo a criançada
Turma descalça jogando pelada
O que se vê
É tiroteio em plena madrugada
Filas nos bancos dobrando calçadas
Desesperadas gritando: Jesus
Prefiro crer
Que há de se ter o rumo certeiro
A distribuir o amor recebido
E amar o próximo sem preconceito