Sou Pedro Silva de Vera
Odeio selva de fera
A natureza me espera
Verde mãe minha cor...
O meu cavalo é de osso
Eu lhe beijando o pescoço
Ele me leva no dorso
Aonde o sol vai se por...
Eu só preciso de um prato
E pouco mais que um trapo
E o nosso amor será um trato
Que jamais terá fim...
Arruma tudo vambora
Ora vambora se embora
E a sanfona de fora
Vai tocando pra mim...
É tombo é chuva caindo
É lombo é burro subindo
O vento venta zunindo
E a carroça quebrou...
O vento roda moinho
A casa de um passarinho
Um kitnet de ninho
Nosso filho salvou...
Afia o fio da faca
E faz um feixe de estaca
E finca pé na barraca
A chuva passa passou...
E vem a noite estiada
E vem a lua molhada
E a sanfona danada
E nós vivendo de amor...