De peito aberto para os covardes
Eu sigo sempre no bangue
Trago no peito a origem e na pele o nome da gangue
Na veia aqui corre o sangue de quem um dia cantou
De quem um dia sonhou e a liberdade alcançou
Vivemos lá, naquela rua
Que ninguém quer passar
Porque tem medo dos neguinhos que mora lá
De bombeta, calça jeans, tênis nike
E nos dedos o beck, ligeiro
Com quem persegue na bota só os pés de breque
Na fuga tem dois moleques sem medo do que acontece
Disciplinado no gueto, mas meu peito se entristece
Mesmo sendo a trajetória de muitos na rotatória
Pagando sempre à vista sem chance para a promissória
Três anos de reclusão na febem ou na detenção
Dividindo o sofrimento com vários na redenção
Sem fazer cara de mal, sem pagar de bandido mal
Pois tem uma pá de ursinho puff se julgando de lobo mal
Refrão
E tamo incomodando irmão
Com os pés de breque que atrasa lado
Que tem nesse mundão
E tamo incomodando irmão
Com os pés de breque que atrasa lado
Que tem nesse mundão
Comédia, pipoca, ramela na merda se joga
Querendo sempre arrasta na banca no dialogar
Quem é de verdade sabe
Que a vida é um vietnã
Guerreiro sempre na febre hoje, sempre e no amanhã
A luta vem, a luta vai só não sei quem vai ficar
Na entrega da medalha por não me prejudicar
Tem uma pá de pé de breque que só fica na migue
Querendo me atrasar mas pode pá que eu sei quem é
Ninguém vai me atrasar nem de longe me ofuscar
Naquilo que o senhor honrou o demônio não vem buscar
Na oração se vai além, pois na prece sempre alguém
Nesse mundão que é de ninguém
Mas na fé eu digo amém
Pelos bons, malandros que eu sei que tem, pois
Malandro é malandro respeito sempre contêm
Incomodando os vermes que querem a carne
Por isso cuide da alma, não deixe que desgoverne
Refrão
E tamo incomodando irmão
Com os pés de breque que atrasa lado
Que tem nesse mundão
E tamo incomodando irmão com os pés de breque
Que atrasa lado que tem nesse mundão