Jogou mentiras surreais
enquanto voltava à sala e ria
de alguém que não estou bem certo
se existiu
servil assoalho refletia o som
do medo que vinha
depois de mais um estúpido jantar
Passava as mãos tirando o pó
da velha escrivaninha azul
trazendo a luz de um fraco sol
Do quarto estranho
eu nunca imaginei você aqui
do lado, de tanto eu nunca imaginar
Turva imagem se formou
As portas e os olhos entreabertos
e o teto cada vez mais perto do chão
Talvez um trago que nun rastro de segundos varreu
por minha autorização
As mais circenses ilusões
brindando pensamentos ruins
que fogem do lugar comum
Do quarto estranho
eu nunca imaginei você aqui
do lado, de tanto eu nunca imaginar você
Me diz então se eu sonhei
ou se a lembrança foi quem jogou-me contra ti?
Quem fomos nós anos atrás?
e por que eu fiz questão de esquecer?