Uma saudade me disse
Que a vida nada triste costeando o Uruguai
Que vai domando cavalos
Levando algum pealo de tanto que dói.
Que anda sofrida de changa
Penando na canga da lida rural
Pagando o pato
No gasto, no rastro deste descaso social.
Eu vou rever uns amigos
Parceiros antigos que tenho por lá
Quem sabe uma milonga
Da pano pra manga pra gente cantar.
E que no povo de novo
Parece que os corvos andam rondando por lá
E já não há horizonte
No campo, na ponte pra ”bóia” dos piás.
Que a crise anda bandida
Judiado da lida sofrida de peão
Pois ombrear bolsa na granja
Que um dia deu canja não dá mais o pão.