Meu mate é o rancho, compadre, o gado solto no pasto,
É a tropa no campo, o cusco no pátio.
Meu mate é a carne no fogo, um toco de lenha,
É o guacho da ovelha chateando o cavalo.
Meu mate é a saudade lambendo a gamela,
É onde o violão pergunta por ela,
É a vaca no milho depois de dar cria,
É rima no ouvido ganhando seu dia…
É o sul na minha cara tirando um costado,
É o jeito do pago gostar do que eu faço.
Não uso chapéu sem barbicacho,
Pra mim o mundéu é um tiro de laço
Enchendo a pealo o meu coração.
É a troca de aperos, patrão e peonada,
Pra mim judiaria é novilha encerrada,
É a vida alienada mapeando o galpão…
(Eh! Eh! de vez em quando sobra-cavalo, eh! eh!
E eu ato na soga o destino.) Bis
Meu mate é um livro, um amigo, um pouco de tudo,
É a prosa à tardinha com os olhos pro mundo.
Meu mate é a mão, a palavra, um fio de bigode,
É a vida tocando do jeito que pode.