Martelo, martelo...
Ao cair da tarde, toco a balada
Que guardo secreta ainda tão sano
Divaga o espaço da tarde calada
Martelando as notas deste piano
Afundo no abismo dos sons audazes
Martelo, martelo e o som não sai
Até o teu rosto sair dos cartazes
Intrigante, ameno e a máscara não cai
Dispo estes medos, em pura aflição
No bater destas teclas em nácar
Martelo, martelo e prendo na mão
O imaculado que mostras no olhar
Sedução, música suave e piano
São razões para amar quando anoitece
Sonhos dum poeta em pleno desengano
Deste alguém que nem te conhece
João Morgado