Então uma nuvem preta
dizendo-se viúva do sol,
chorou chuva, chorou chuva, chorou chuva.
E a água veio de todos os lados.
A água vermelhou lá na serra
e desceu transformada em cachoeira,
rodopiando no barro, vermelha de terra.
E veio seguida de todos os ventos,
de todos os trovões e relâmpagos.
Pedaços de rio que saltaram dos leitos,
pontilhões arrancados, ramagens torcidas.
Dando tapas de luz na cabeça do morro,
suspendendo o vestido das árvores.
E trouxe por diante, na fúria selvagem,
tudo quanto encontrou na passagem.
E chegou arrastando braçadas de flores.
E passou sob um arco de sete cores.
E formou a lagoa da planície.
E agora não se sabe como é
dentro dessa lagoa tem um jacaré!
E agora não se sabe como é
dentro dessa lagoa tem um jacaré!
E agora não se sabe como é
dentro dessa lagoa tem um jacaré!
E agora não se sabe como é
dentro dessa lagoa tem um jacaré!