Abandonando a esposa e um filhinho,
um certo homem saiu pelo mundo além
Deixou em pranto a sua pobre família,
desamparada neste mundo sem ninguém
A pobre esposa sofria desesperada,
com o filhinho que tinha pra sustentar
Qual uma ave solitária no deserto,
que não encontra nem um ramo pra pousar.
E com o fruto e o suor de seu trabalho, a pobre esposa
pôs o filho a estudar
Ele formou-se para juiz de direito,
agora então sua missão era julgar
Enquanto isso o seu pai por este mundo,
perambulava pra cumprir o seu destino
Um certo dia pra roubar ele matou tornou-se assim
o mais cruel dos assassinos.
Por esse crime o velho foi aprisionado
e foi marcado o dia do julgamento
No tribunal o pobre de cabeça baixa,
ficou chorando esperando o momento
E o seu filho que agora era o juiz,
tinha um dilema dentro do seu coração
Foi obrigado pela lei fazer justiça, mandando
assim seu próprio pai para a prisão.
Dada a sentença todo o povo foi saindo,
mas o juiz permaneceu neste salão
E olhando triste para o rosto de seu pai
ajoelhado aos seus pés pediu perdão
O pobre velho soluçando respondeu,
filho querido eu lhe dou minha bênção
Fizeste bem em condenar-me pelo crime,
sejas honesto não pratiques traição.