Uma canção que vem de um sonho, de outono
Na solidão da cor de março, meu quarto
Talvez um último cigarro, eu ardo
Até a hora de dormir
A dor que existe em cada espera, desperta
O amor que em cada madrugada, se apaga
Num indo e vindo que não muda, no mundo
Eu brindo ao último partir
Um dia ri, sem ter porquê
Chora depois, por um querer
E cada vez é sempre igual
Um grande amor
Um dia vai, o outro vem
E se ficar, se vai também
A vida é assim
Um dia o riso, o outro a dor
Pro amor que hoje ardendo em febre, me aquece
Ou que amanhã me abre a ferida, e se esfria
Eu sei que um outro sofrimento, e o tempo
Me ajudarão a esquecer
E vou dizendo “Eu te amo tanto” a tantas
E vou virando novas folhas, os rostos
Desse meu livro de aventuras, as fugas
Que vão marcando o meu viver
Um dia ri, sem ter porquê
Chora depois, por um querer
E cada vez é sempre igual
Um grande amor
Um dia vai, o outro vem
E se ficar, se vai também
A vida é assim
Um dia o riso, o outro a dor