Teu corpo luava ouro
Nos banhados que chuvinha fez
Nas lavadas que ramalha flor
Nos setembros de chegar
Tu reinas vasta nas cheias de cada maré
Tu raias do céu que enfeita a manhã
És flecha soltada do aroma da mata
Clareia dos olhos, candeia medonha
Jardim elétrico, pelo pedrado da rua
Vens doce bela, bem-vinda
Na minha casinha morar
Vento no espaço, na roda do seu vestido
Líquida, banha meu rio
Que gira e destina pro mar.