Oh! Mãe gentil,
andei por tuas ruas,
falei com teus filhos,
vi pessoas tão nuas,
de sonho e de ilusão.
Vi os teus marginais,
vi tuas prostitutas,
aqueles filhos desiguais,
aqueles que mataste na luta,
cotidiana, sem mais...
Olhei no fundo dos olhos
daqueles que morrem,
que sentem a fome,
com fome eles dormem.
Ouvi gritos horrendos,
vi chagas nos corpos,
não vi só as chagas,
vi filhos já mortos...
Oh! Mãe gentil
vi teus filhos a venderem
num leilão, bem agora...
As dores vi a corroerem
teus filhos... Oh! Mãe...
Vi teus bichos em canos,
gaiolas, a irem embora...
Oh! Mãe e agora?
Oh! Patria Amada acorda... acorda... a corda...