Deixei o meu lar e saí pelo mundo
Vagando de um lado pra outro eu andei
E aquela santa mulher que eu tinha
Com o meu filhinho lá em casa deixei
Mas eis que mais tarde a saudade mais forte
Bateu em meu peito, eu quis retornar
Mas não foi possível porque outro alguém
Que andava no mundo igual eu também
Vendendo carinho ganhou meu lugar
E eu que fui nobre agora indigente
Farrapo de gente é do que sou chamado
Procuro um cantinho pra esconder do frio
Acordo chorando com o corpo gelado
Todos nós temos fraqueza na vida
E certos momentos em que a decisão
Pode mudar o caminho de um homem
Que tão iludido segue o coração
Maldigo o instante em que abandonei
Aquela pessoa que tanto me amou
E o nosso filho, meu tudo, meu nada
Que vive correndo por sobre a calçada
Me disse, papai, e me abraçando chorou
Agora carrego minha cruz pesada
Por todo o caminho por onde eu andar
Pagando meu erro eu choro calado
Esperando a morte daqui me levar