Amanhã quero ir à romaria
E depois de um copo de sangria
Vou dançar até raiar o dia
Dentro do salão
A cidade está em festa
Mas não sei se vai ser desta
Porque o meu amor detesta
Tanta confusão
Mas se ele amuar vou eu sozinha
A mulher que nasceu em alfacinha
Não resiste ao cheiro da sardinha
A saltar no carvão
Ouves aquela varina
Já quase a dobrar a esquina?
Que ver se ela me ensina
Um novo pregão
Pelo céu já bailam os foguetes
Eu vou nem que chovam canivetes
Eu não sou mulher de fazer fretes
Por uma paixão
Se o meu amor se admira
Vou contar-lhe uma mentira
Pra poder dançar o vira
E mais o malhão
Ele finge mas não acredita
E diz que é por eu ser tão bonita
Que não quer que eu vista só de chita
Num dia de verão
Porque qualquer rapariga
Com amor e jeropiga
Cai na lábia e na cantiga
De qualquer ladrão
Santo antónio gosta de alarido
Não vos passa o que ele tem sofrido
Todas querem arranjar marido
Só eu é que não
Porque tenho um namorico
A cheirar a manjerico
Como um fado que dedico
Ao meu são joão
Meu amor, não vou pedir licença
Ir na marcha é como uma doença
Para o ano talvez te convença
A ir ou talvez não
Mas se fores, não vás sozinho
Meu amor, dá-me um beijinho
Meu amor leva um arquinho
Que eu levo um balão