Pedi pra vovó contar
Histórias dessa mulata de benguela
Pedi pra vovó falar
Falar-me dos pescadores da catumbela
Ai ela
Falou-me de tradição
Pro meu coração
E nasceu o semba
Pedi pra vovó contar
Como era uma quitanda em luanda
Pedi pra me descrever
O pôr do sol de malange ao entardecer
Falou-me de todo mundo
Ensinou-me o kimbundo
E assim, nasceu meu semba
Por isso vou cantar o semba
Por isso não vou calar meu semba
Se eu não cantar agora
Sei que a minha velha chora
Com saudades da mulemba
Onde na sombra sentada
Ao entardecer escutava o semba
Pedi pra falar bonito
Do jeito que ela escutou lá
No lobito
Pedi para me contar
Como era lindo lubango
E seu luar
Falou de kuando
Kubango
Do tempo em que
Namorando
Dançou o semba
Pedi pra vovó contar
Histórias lá do caxito
E xamuteba
Pedi para me falar
Das mulheres da kabinda
Terra linda
Falou-me de tudo isso
Do encanto e do feitiço
E assim nasceu meu semba
Por isso eu vou cantar o semba
Por isso não vou calar meu semba
Se eu não cantar agora
Sei que minha velha chora
Com saudades da mulemba
Onde na sombra sentada
Ao entardecer escutava o semba
Por isso vou contar o semba
Por isso não vou calar meu semba
Canta meu semba
Canta livre
Canto de angola
É o semba