Às vezes sou quem não sou
Basta o sopro de uma aragem
Que me leva onde não vou
Quando parto de viagem
Vivo a vida de outras vidas
Que nunca me hão-de habitar
Em paixões desconhecidas
Vou ao fundo a mergulhar
Visto a pele de qualquer outro
Olho o mar e num momento
Já não estou onde estiver
Saio à rua e sigo o vento
Sem saber aonde vou
Beijo a Lua lá no céu
Entr’o que sou e não sou
Às vezes até sou eu