Eu tenho muito, desta mania de escrever e de querer fazer de tudo um pouco
E sempre dedilho a palavra de alma lavada mimando esse tempo loco
Se a trova anda em desova é porque o violão dilacera quem lê
E a porta logo escancara com os olhos em brasa pagando pra vê
Na distância de quem me espera à léguas ando tocando o cavalo
Um baio bem encilhado, e às vezes topo com o gado, lambendo o sal no rodeio)
Ando à procura de alguém, que me dê um aparte também é verdade
E ainda tiro o chapéu olhando firme pro céu, queimando a carne
E desde cedo me vejo em conflito, comigo, levando cada baita pealo,
Coisas de pampa e fronteiro, campo e campeiro, tomando mate
Tristeza vou pôr uma beca, saí campo-fora, prosear com a querência
Juntando os gravetos saber como anda as ovelhas
E algumas porqueiras, que eu gosto de ter
Lá em casa na hora da janta, a cuscada late, bate-cola
O cheiro da bóia é bom, saudade me passa o pão e o leite dos guachos
No pátio a solidão varreu cisco, o coração sabe disso e se esparrama nos galhos
Logo o violão mete bronca e antes que a vida responda, que mal tem um abraço