Planetário confuso neste dia a dia
O rodeado de amigos não sabe em quem confia
Olhos redobrados toda a atenção é insuficiente
O interesseiro tem 1000 maneiras de roubar á frente
É de novo que se foge dos sítios de educação
Uma nova escola, agora é a vida que dá lição
A caminhos a ser escolhidos, neles se escolhem amigos
Em cada um deles são encontrados vários perigos
As noites em que estou solitário
Em que olho para o certo e vejo tudo ao contrario
Folhas e memorias espalhadas pela mesa
Cartas e historias mas só uma certeza
Vou para a rua, é lá a minha moradia
É onde renego sono quando adormece mais um dia
Em cada passo no escuro arrasta mais melancolia
Em cada marca nas paredes e mais um grito de nostalgia
Todos os amigos de infância foram dispersos
Os ligamentos do meu cérebro ficaram submersos
Por aguas turbas que me ofuscam a visão
Que me leva a entrar em mais um beco na escuridão
Nem a actualidade me traz de volta ao meu ser
Estou privado de felicidade com o que anda a acontecer
Tento me procurar, mas perdi o meu reflexo
Olho para a janela e vejo formas sem nexo
Talvez a minha imagem espiritual tenha quebrado
Ao passar por um vidro opaco onde reside um mau-olhado
Olho para o passado, lembrando de melhores dias
Em ke o silencio da rua também formava melodias
Parece contraditório, mas cabe a mim a escolha
Decido em complexos versos que exprimi nesta folha
Vou tentar a melhor recolha de decisões
Redijo o escrito para tirar conclusões
Estas são as noites em que estou solitário
Em que olho para o certo e vejo tudo ao contrario
Reside no céu a imensidão da felicidade
Tenho pena que a morte não faça parte da grande divindade!
Religiosidade já não serve para os lutadores
Não a remédio para constantes dores
Depressões por rancores filhos ou amores
Deslocam trajectórias para caminhos constrangedores
Debito o escrito para me sentir maior
Recito o verídico me sentir eu
Medito e grito sei que não sou o melhor
Sinto e não minto o que dói e o que doeu
E o que ainda vai doer, por o futuro não perdoa
O investimento de hoje as vezes parece feito a toa
Esta é a verdade a que soa a tristeza profunda
A esperança de melhores dias que aos poucos se inunda.
2007