Milonga quando te entona
Redomona por 'su puesto
Retoçando no cabresto
Pra uma sova de bordona
Te achas muy querendona
Dona dos meus pensamentos
Que bailam soltas ao vento
Se o coração se emociona
Redomoneada de rédea
Tranqueia pisando forte
Com cismas de vento norte
Numa tarde mormacenta
E foi ficando cinzenta
Quando se armou, despacito
E trovejou no infinito
Virando em breu e tormenta
E veio se debulhando
E veio mostrando a cara!
Assoviando nas taquaras
Rompendo a paz do galpão!
Erguendo terra do chão
Flauteando as frestas da porta
Pra então se fazer de morta
Na alma do meu violão
Curtida das soledades
Ressabiada dos amores
Na volta dos corredores
Andou ganhando e perdendo
Pra ninguém ficou devendo
Nessas carreiras da vida
Por costeada e recolhida
Aos poucos foi me entendendo
E descobriu meus segredos
Guardado dentro do peito
Dia pós dia com jeito
Compromisso a compromisso
Livre de balda e de vício
Se tornou parte de mim
E se fez milonga, enfim
Pronta pra todo serviço