Uma vez tirei as minhas mãos dos bolsos
E me levantei, parei pra pensar
Que I'móvel eu jamais iria chegar
Ao ponto, onde começa a história
De um futuro desencontro
Um conto de drama e glória
Aos passos que andei, andares que passei
Eu vi, uma jovem sentada ali
Notei sem querer, seu rosto triste dizer
Cada palavra de sua vida cercada de um falso prazer
Mas seus olhos mudaram agora e esse momento eu pude ver
Abro, os olhos quando a noite está por vir
Compreendi que ter semblante triste não é viver
E o fruto apareceu, a jovem não se rendeu a um tempo ruim
Ela vê nas nuvens lá fora, que o azul depende de você
Na segunda vez eu decidi olhar pra frente
Sem medo de cair, ou de tropeçar
Na primeira pedra que eu encontrar
Em meio, à estrada que devo tomar
Acidentada e sem esteio
Mas veio a calhar
Aos passos que andei, das estradas que passei
Estava deitada assistindo o relógio girar
Aguardava cada minuto acabar
Lá fora a chuva parecia nunca cessar
Ela tinha o receio de tentar sair do lugar
Logo eu torci pra ver aquela jovem caminhar dali, em direção
Oposta a íngreme fenda da qual ela viria a cair
E permaneceu, por mais um breve respiro até se convencer
Que a luz do sol sempre vai aparecer
A última vez que eu a vi, ela não mais existia
Adeus a sua voz, e sua expressão
A jovem que eu conheci não resistiu...
Pois não mais lamentou, nem mais sua dor eu podia ver
A tristeza morreu para que uma nova pessoa pudesse nascer
Pudesse nascer... (2x)
Nascer uma outra vez.
Composição: Marcos Vinicius de Moraes