Manhã comum
De um dia qualquer
Sem risos, prantos, nem sustos
Sem lembranças em marés
Amor materno
A sustentar o pensamento
Colunas de vento
Sentimento que me alarga
Afago a falta
Dou um sentido qualquer
Pra conviver com certa paz
Nos braços do meu algoz
Basta minha voz
Sobre os sons de um violão
Pra revidar a ingratidão
Na ilha, solidão
Mas tua lágrima
Corria no meu rosto
E a minha de um outro gosto
Ruía teu coração
E sem palavras corria em volta
Envolto num manto de consolo
Que é o tom desta canção
Luar parado
Sobre desejos negados
Sobrancelhas desmaiadas
Olhos tristes, sem dormir
E aquela lágrima que brilhou na luz do dia
Dizendo o que escondia
Virou pranto em mim
Porque que guardas
Em fim de corredores
Vários tipos de dores
Em cores rosas sem fim?
Pois quando falas
Disfarças o que sentes
Mostra presas de serpentes
Com olhos de querubins