A boca seca os meus olhos irritados
Já faz tempo que não sei o que é respirar salgado
De pedra em pedra na beira do mar
Sem pretensão ou intenção de se chegar em algum lugar
Por aqui o pescador é do asfalto
O sorriso no alto e a poeira que respira do ar
É lembrada com alegria e o pão partido com a família
É o seu peixe cada vez mais extinto do mar
E o ar?
É o que ele tem de graça!
No mar
É o que ele tem
Na casa da Maria, que mora no Jardim Ingá
Seus filhos em volta da mesa agradecem por morarem lá
Na casa de Francisca que mora no Setor "o"
Seus filhos iguais satisfeitos agradecem
Por não estarem em um lugar pior
Pois
Por aqui o pescador é do asfalto
O sorriso no alto e a poeira que respira no ar
É lembrada com alegria e o pão partido com a família
É o seu peixe cada vez mais extinto do mar
E o ar?
É o que ele tem de graça!
No mar... uôô
Eu vou orar pra minha Santa Maria
Fazer promessas a São Sebastião
Andar na grama seca de Brasília
Fazer poesias e botar na canção
Se no brasil entre as classes há um abismo
Por aqui é um precipício cada vez mais difícil de saltar
Da Ceilândia a Asa Norte
De Brazlândia e P. Norte
E os ricos pobres do Cruzeiro e do Guará
A Brasília nordestina e a Brasília elitista
Mostram riqueza cultural
Por outro lado o preconceito, racismo e indiferença
Heranças podres do meu Brasil colonial!
E o ar?
É o que ele tem de graça!
E o ar? uôô...
Eu vou orar pra minha Santa Maria
Fazer promessas a São Sebastião
Andar na grama seca de Brasília
Fazer poesia e botar na canção