Noite a dentro me vejo
Vagando pelo vazio
Vou velejando viajando
Um pensamento sombrio
Porque esses cana me encara
Como se eu fosse um hostil
Tão sempre de saco cheio
Eu com meu bolso vazio
Vi os pivet na praça
Rimando um beat de drill
Voltei no tempo lembrando
Da gente no meio fio
Bastava ser de quebrada
Prelas fingir que não viu
Hoje pareço dentista
É só me ver que sorriu
(Há) agora não me acha
Nem com GPS
Querem a passar a borracha
No que a gente escreve
Não importa qual sua faixa
Minha pele é black
Eu nun vou pagar suas taxa
Meio do mato é check
Tio wilson
Porque a natureza, ela dá a resposta
Imediata, tanto pra mim, quanto pra qualquer
Ser humano que passar por aqui
E achar que pode
Tem que realmente fazer as coisas
De acordo como manda o universo
Quem criou tudo isso aqui
Porque os olhos de Deus choram
Quando nós fazemos as coisas erradas
Mas se a gente voltar atrás
E vê que nós estamos realmente errados
Deus ainda vai levar em consideração
Sigo calado observando
Esse vai e vem
Quem não é visto num é lembrado
Eu me escondo bem
Os língua grande agoniado
Olha com desdém
Má papagaio que come pedra
Sabe o cu que tem
Pertencimento aqui é mato
Puxei meu avô
Caboclo invocado
Do simão foi pescador
Bicho bruto, calado
Cria de caçador
Pra pitar perna de grilo
Faz boca de beija flor
Me orgulho do cerrado
Que meu povo vem
Dos pé de planta bem regado
Do alto ao muquém
Suas ofensas não me atinge
Jogo no buraco
Na sua cabeça igual impinge
Sou seu ponto fraco
Zarabatana na faringe
Aew seu crânio frágil
Enche a boca de ódio
Me chama de macaco
Não me alcança, tô no pódio
Finge que não viu
Acha que me ofende
Eu sou líder dos bugio
Ei tio
Passou que não viu
Cancela o rivotril
Só banho de rio
Ouvi assobio
O vento do vulto sombrio
Causou arrepio
Cresci ouvindo bill
Descansa o fuzil
Passo preto, tiziu
Cerrado no mapa do rap
Chapada, quilombo, Brasil
Novela de escravo a emissora gosta
Mostra os pretos chibatado pelas costas