Ninguém falou de ti nos carnavais
Pela primeira vez vão ouvir teu nome
Pra cessar a sede e afastar a fome
Das garras do bicho homem
Mas a Viradouro chegou
Escreveu não leu o coro come
Ò Santa Rogai por nós, abençoa Niterói!
Vieste da “Costa da mina” antigo “Daomé”
No espelho d’água tua imagem refletiu
A saga começou, de lá pra cá
Impedindo a criança de sonhar
Foi rebatizada no Rio de Janeiro
Uma nova Rosa brotou, sutil
Preta e cálida, A Rosa mística do Brasil
Vendida as Minas Gerais
No auge da extração do ouro e diamantes
Mercado intenso entre a cobiça e a escravidão
A moeda de troca “em Mariana”, era de cortar o coração
Nos batuques do Acotundá
Na gira da fazenda Catapreta
A negra rodava a saia pra saudar
Os ancestrais e as almas benditas
Com a fumaça do cachimbo pelo ar
As trevas se desfaziam no clarão
O padre Enxota Diabos exorcizava
Ela possuída gritava mais alto
Que um raio e um vulcão
Quando alguém comparou com peça teatral
Sofreu na inquisição em Portugal
Criou no Rio a Casa do Recolhimento
Pra mulher desprezada em casamentos
Rosa Maria Egipcíaca
Seu livro está aí
Em Vermelho e Branco na Sapucaí