A gente bem que podia
Se juntar de vez
Compartilhar de novo do nosso sertão
Acordar ouvindo
O chocalho da rêz
A gente bem que podia
Se juntar de vez
Tá de manhã no curral
Tomar um leite mais puro
Cantar varrendo o muro
Do nosso quintal
Colher tomate, cebola
Banho de açude, almoçar
De noite um bom baião de dois
Pra que deixar pra depois
Se a gente pode se amar
Vou contar a minha história
Do meu cavalo alazão
Era meu melhor amigo
Eu dei-lhe o nome lampião
Por ser um destemido
Cavalo ligeiro, corajoso
Onde ele ia comigo
Gado valente era medroso
Fazia o que eu mandava
Subia serra, encerração
E em toda vaquejada
Eu era sempre campeão
E lampião, ê lampião
Meu cavalo ligeiro
Mais veloz do meu sertão
Era o cavalo mais cotado
De toda região
Pois em toda a vaquejada
Todo boi ia pro chão
Um vaqueiro respeitado
Era sempre campeão
Tudo isso só por causa
Do meu cavalo lampião
Mas um dia o destino
Veio a gente separar
Eu estava adivinhando
Na pista não entrar
Uma novilha assassina
Me puxou logo pro chão
Com seus chifres afiados
Veio em minha direção
Sem defesas, eu estava
Partiu de lá, meu lampião
A novilha assassina
Acertou seu coração