Meu sertão das capoeiras, do encorajado vaqueiro
Amigo do fazendeiro e protetor do seu gado
Corre no mato fechado, parece até que é de mola
Pulando igual uma bola, entra na mata fechada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola
Me criei desde menino aprendendo com papai
Do burro brabo só cai aquele que for subir
Não quis no mundo sair para não pedir esmola
O mundo é uma gaiola com a porta escancarada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola
O tetéu lá no açude cantando pra natureza
Digo com toda firmeza: Meu nordeste é meu encanto
A seca causa o espanto, mas isso não me amola
Eu sou o visgo da cola grudado nessa morada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola
O meu cavalo tá velho, nem por isso eu abandono
Eu sempre fui o seu dono, ele sempre me ajudou
Foi o maior corredor, não estou sendo gabola
Meu pensamento decola quando vejo vaquejada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola
Fiquei longe do sertão, tive que ir pra cidade
Mas bateu uma saudade repentina do sertão
Pra deixa o meu torrão eu, toda vida, fui mole
O meu coração se bole longe da terrinha amada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola
Meu sertão das capoeiras, do encorajado vaqueiro
Amigo do fazendeiro e protetor do seu gado
Corre no mato fechado, parece até que é de mola
Pulando igual uma bola, entra na mata fechada
Minha caneta é a enxada, o sertão é minha escola