Existe uma casa
Onde a força livre da recordação
Se faz implacável
Com doces lembranças pro meu coração
Solidão vagueia
Pela casa a dentro como nevoeiro
Pingos de saudades
Voam como plumas de um travesseiro
A sua varanda
Era perfumada e ornada em flor
E um romantismo que inspirava amor
De paixões dolentes que ainda vivem em mim
Lá existe um quarto
Que está trancado já faz mais de um ano
Onde eu recebi carinho e desengano
Palco do princípio e também do fim
Abrindo as janelas
Mais escondidas do meu coração
Não acho passagem
Porque estou envolto por desilusão
Só tristeza entra
Pela porta aberta vindo lá da rua
Contraste do tempo
Quando existia a presença sua
No espelho grande
Da penteadeira todo rabiscado
Pelo seu batom segue bem marcado
O adeus vermelho que você deixou
E a nossa cama
Por você largada toda em desalinho
Ao profanar nosso sagrado ninho
Que foi de alegria e hoje é de dor