Saio do palco faceiro
Tapado de suador
No outro dia tô na Estância
Vou dos arreio ao Trator
Salto dele e faço um mate
E já me atraco a cozinhar
Depois vou ver se sesteio
Isso se a lida deixar
Me levanto e olho ao longe
Vejo uma ovelha pateando
É certo que tá abichada
Munto no pingo e vou tenteando
Armo ligeiro meu laço
Que é certo vai disparar
Tenho confiança no braço
E antes dela ganhar o mato
Sou obrigado a cordear
De tudo um pouco, respondo a quem me questiona
Nessas bocona tapado de polvoadeira
Fim de semana animo um baile no povo
Com os dedo roxo culpa do mata bicheira
Essa lida meu compadre
Pra mim não é sacrifício
São os ossos do ofício
Pra um peão de estância é assim
Fico contando nos dedo
Pra chegar no fim do mês
Que o patrão no dia três
Vai fazer um pix pra mim
Recitado
Amanhã cedo
Dou de mão numa labanca
Pra terminar uma estronca
Que Domingo vou folgar
Fui contratado pra animar
Um baile no povo
Segunda volto de novo
Na Estância não sou enfeite
Tem vaca pra tirar leite
E potros pra galopear